segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Abandono Afetivo!...

Longa tem sido a luta do Direito de Família para amparar os filhos dos casamentos desfeitos. Filhos que muitas vezes são relegados ao abandono material e consequentemente ao moral.
Crianças que crescem tendo na figura materna a única referência, e muitas vezes têm o emocional comprometido pela ausência paterna, o que lhes causa sérios transtornos psíquicos ao longo de suas vidas.
A omissão da presença do genitor causa danos consideráveis e muitas vezes  de difícil tratamento. Para o abandono material existe a conhecida prisão civil por falta do pagamento da verba alimentícia; para o abandono afetivo não existe valor financeiro que cubra a lacuna deixada pelo desamor, pela indiferença e pelo descaso da figura paterna.
Os filhos necessitam tanto da mãe quanto do pai, e  por mais intensa que seja a dedicação materna, não é possível realizar ambos os papéis com perfeição  e substituir a figura masculina, bem como negar sua  importância na vida familiar. Cada um tem seu papel definido dentro das relações afetivas.
Tendo em vista a grande incidência de casais divorciados, ou mesmo a existência de filhos nascidos de relações esporádicas, veio o Direito intensificar sua preocupação , no sentido de resguardar, ainda que financeiramente  o laço entre pai e filho, sendo  possível cobrar do ausente uma indenização material, compatível com os danos causados pelo abandono. 
Reconhecemos que o dinheiro não preenche a lacuna deixada pelo vazio de anos de solidão, mas é uma forma da vítima do abandono chamar atenção sobre si mesma, como que dizendo: ei , estou aqui, eu nasci, eu cresci e estou viva , porém você não prestou atenção em nada do que fiz até hoje!...
Nesse sentido, os Tribunais têm acatado com zelo e carinho as Ações ajuizadas pelos filhos que se sentem rejeitados afetivamente, e as primeiras indenizações já têm sido pagas.
É mais comum o abandono por parte do homem e essa realidade nós constatamos ao longo dos  anos de nosso labor profissional, no Direito de Família.  
Bom seria se as famílias cuidassem juntas de seus filhos, mas não sendo possível que isso ocorra, que possam os responsáveis dividir as tarefas e compartilhar as responsabilidades advindas dos Casamentos, das Uniões Estáveis  e também dos relacionamentos fugazes.  Abandono Afetivo dói  certamente mais que a dor física,   para qual  existem medicamentos... para as dores da Alma não há recursos médicos e terapêuticos que possam aliviar a   ferida exposta e que sangrará, quem sabe por toda a existência. Boa Noite!...

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